Crônica - Quase uma loucura

Essas ruas de São Paulo estão parecendo máquina do tempo, tudo quanto é esquina me faz lembrar do passado. 
Já procurei formas de esquecer mais não consigo, já fiz todos os métodos aconselháveis, já tentei me apaixonar, sai com os amigos, conheci baladas, rostos, expressões faciais, abraços, e tudo o que eu podia e tinha quase certeza que faria eu esquecer o único sorriso que me enfeitiçou. E nessa caminhada por entre essas ruas sua face me veio a tona, sua voz sussurrava em meu ouvido aquela frase que quase me fez largar tudo para ir ao seu encontro e pode parecer o ápice da loucura, mas eu senti você me abraçando. 
Tomei um susto tão grande que quando caí em si quase (por muito pouco) fui atropelada, tanto que sentei na beira da calçada para pensar no que estava realmente acontecendo. 
Uma vez me disseram que essas situações acontecem para nos mostrar algo, ou quando algo - algum ser supremo, alguém - está tentando nos comunicar que vai acontecer alguma coisa. Nunca fui de acreditar nisso mas, depois do ocorrido tudo é possível. 
E eis que depois de alguns minutos enquanto estava sentada na beira da calçada meu celular toca. Peguei, atendi, ouvi o que a pessoa do outro lado me informava e quando desligado, a unica reação que meu corpo tomou foi de levantar e correr. 

- Querido, estou chegando.

Karina

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