Crônica - Quanta saudade


Parece ontem que estávamos tendo nossa primeira discussão. Hoje eu olho o porta retrato, lembro da cena do carro, você segurando minha mão e ao mesmo tempo dirigindo, rumo ao interior de São Paulo. Quando nós dois decidíamos que iriamos viajar, meu amor já preparava toda uma jornada, me mostrava os pontos turísticos dos lugares, até mesmo os não turísticos, mas interessantes ao nosso ver, e assim íamos. Certo dia, acordando com o telefone a tocar, recebo a notícia mais triste da minha vida. Meu amor descansou. Levou uma parte de mim, o meu chão, ar que respiro, alegria, motivação. 

Ainda deixo o canto que você ficava quando ia pintar algum quadro, da mesma forma. As paletas de tinta, os pinceis sujos, os panos brancos manchados, sempre coloco água nas plantinhas que meu amor cuidava com tanto carinho, porém, infelizmente perdi uma coisa que era altamente preciosa para mim, um chaveiro que você levava na chave do carro. Ela se foi junto com o carro e meu amor. 

Com o tempo tenho melhorada meu estado de humor, solto alguns sorrisos de vez em quando, com o nosso cachorro, sabe aquele que meu amor tinha escolhido no pet shop? Finalmente recebi a ligação para ir buscar ele, você parecia estar adivinhando que eu iria precisar de uma companhia, obrigada pelo presente. Agora vou levar ele para ir dar uma volta, ele adora passeios a tarde. 

Karina

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