Certo dia ouvi o 'não'. O 'não' que fez com que meu coração se desfizesse em milhões de caquinhos.
Parada em frente a penteadeira, segurando a escova com a mão direita e com a esquerda apoiada sobre os 3 livros empilhados em frente ao espelho. Esse espelho que de tudo já viu... desde os sorrisos com as amigas ás crises de choro logo após ter assistido um filme de drama. Fico me assistindo por um tempo... essa minha face de quem não dorme a uma semana, apesar de ter sofrido um baque a menos de horas. Minha sorte foi ter tido uma mãe cheia de garra e que não se deixa abater facilmente, aprendi a ser forte com ela. Todas as dores e sofrimentos que tive, dei a volta por cima no maior estilo possível e imaginável. Continuando a me olhar e questionar o que saiu de errado, me lembro de relance sobre minha atitude precipitada em dizer que ele não era bom o bastante, imaginei como ele deve ter se sentido. Eu, no lugar dele teria me isolado, pra me re-erguer, no entanto, ele me mostrou o quanto ficou abalado. Me arrependo por ter feito isso!
Horas mais tarde, estava eu ligando loucamente para ele e no fim quando ele atendeu, depois de minhas palavras ridículas de desculpas, surge a resposta que eu nunca esperei que ele dissesse. Não.
Hoje entendo a burrada que fiz, hoje vejo o quão burra eu fui, em deixar o homem que fez meu coração acelerar, sair da minha vida, como água que escorre entre os dedos. Eu vou sobreviver, vou colar os caquinhos, passar corretivo, base, blush, rímel, batom e sair por aí, como se nada tivesse acontecido, minha sorte foi a invenção da maquiagem, essa aliada em esconder a face de uma mera arrependida.
Karina
* Inspirado num E-mail recebido em 09/04/2012 as 15:57.
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